terça-feira, 22 de maio de 2012

ALA 2012: Simpósio 25 - Narrativas em movimento: Relatos e experiências


Chamada para o Simpósio 25 - Narrativas em Movimento: relatos e experiências, que será realizado no III Congreso Latinoamericano de Antropología, entre os dias 05 e 08 de novembro de 2012, em Santiago - Chile. As propostas devem ser submetidas diretamente aos e-mails dos coordenadores, até o dia 30 de junho, de acordo com as normas que se encontram no site do evento: http://www.facso.uchile.cl/antropologia/ala2012/index.html
  
Proponentes
Dra. Luciana Hartmann (Universidade de Brasília); luhartm@yahoo.com.br
Dr. Guilherme José da Silva e Sá (Universidade de Brasília);guilherme_jose_sa@yahoo.com.br
Dra. Adriana Alejandrina Stagnaro (Universidad de Buenos Aires)
Dr. Fernando Fischman (Univeridad de Buenos Aires)
Dr. Miguel Carid Naveira (Universidade do Paraná)
Objetivo geral
O presente simpósio visa receber trabalhos etnográficos que contribuam para um novo olhar sobre a epistemologia da construção de argumentos baseados em narrativas tradicionais ou científicas. Pretende-se abrigar compreensões de eventos e fenômenos sociais e culturais que primem por um entendimento não teleológico dos mesmos. Receberemos trabalhos oriundos de experiências de trabalho de campo de amplo espectro, como por exemplo com narradores urbanos ou rurais, coletivos indígenas, grupos de cientistas etc.
Palavras-chave: Narrativas; etnografia; experiência; simetria; performance.
Justificativa
Se as narrativas pessoais são evidências de experiências vividas por diferentes actantes, pretendemos dar ênfase aqui ao ato de relatar como atividade performática, que não apenas reflete, mas também cria novas realidades, considerando os relatos como fonte qualificada para a construção de argumentos e compreensão de estilos de vida.
Partindo da evidência histórica de que para a Antropologia a centralidade dos debates travados em torno da idéia-conceito "racionalidade / razão" se deu através de confrontos com (alter)nativas periféricas, é desejável aqui pleitear um encontro entre a perspectiva teórico-metodológica oriunda da Antropologia da ciência com o campo de estudos sobre as narrativas folclóricas e tradicionais. Este encontro será possível assumindo a percepção de que tanto as narrativas científicas como as paracientíficas postulam percepções coerentes acerca de realidades que as cercam; e, ao construir seus enunciados de justificação, tanto uma quanto outra aciona formas racionais distintas de evidenciação. Ou seja, cabe a uma Antropologia, que se pretende simétrica, voltar seu olhar para as narrativas tradicionais, levando a sério seus enunciados.
Nossa hipótese é de que existe um potencial convergente entre as narrativas de justificação da ciência e aquelas consideradas paracientíficas. Mais do que reificar a cisão ou buscar enunciações da verdade, nosso interesse está em aprofundar o debate sobre a construção destes enunciados que acionam performaticamente, experiências empíricas de percepção de fatos e fenômenos naturais ou sobrenaturais. A partir desta abordagem pretendemos olhar para a literatura conhecida como "folclórica" ou dos "saberes nativos" pensando entidades e figuras lendárias do universo tradicional latino-americano para além das classificações enciclopédicas, características da abordagem folclorista do início do século XX. E, igualmente, sem recair nas explicações de cunho metafórico, representacionalista, que ao fetichizar as narrativas terminaram por erigir um "edifício simbólico" que torna inacessível ao pesquisador o acesso à vida dos próprios narradores. Neste sentido, propomos reflexões baseadas na análise empírica destas experiências, cuja derivação possa ser uma teoria etnográfica pautada em valores pragmáticos da vida cotidiana. Ou seja, partimos do pressuposto de que ao falar sobre determinado assunto tanto cientistas como narradores tradicionais não pretendem dizer nada além daquilo sobre o que estão dissertando. Sendo assim, caberia ao cientista social adaptar e compor uma teoria etnográfica adequada para compreender os mecanismos de argumentação acionados por um e por outro. Se o que está em jogo não é mais o resultado constituído em um "objeto verdadeiro", em ambos os casos, na ciência e na cultura pop(ular), o estudo dessas diferentes narrativas - e de suas respectivas performances - possibilita a elaboração de novos discursos efetivados na troca concreta entre seus agentes.

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